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01-04-2003

Famílias querem ser família


Pluralidade

Pluralidade Famílias querem ser família António Marcelino * Já lá vão anos. Um responsável político dizia-me que os bispos, sempre que se toca na família em aspectos essenciais, reagem de imediato. E acrescentava que acontece o mesmo, quando se trata de problemas da educação. É verdade, respondi. E será sempre assim, porque a família, como nós a entendemos, é dom de Deus, é uma instituição demasiadamente séria, estruturante da sociedade e da Igreja, e não pode tratar-se de qualquer maneira, pelas consequências que daí derivam ou podem derivar. Na educação estão implicados crianças e jovens e trata-se do projecto de sociedade que queremos. O Congresso Nacional da Família e a maravilhosa peregrinação das famílias cristãs a Fátima mostram a sensibilidade que existe entre nós à riqueza que comporta a família e a importância crescente que se lhe deve dar. Têm muitas famílias um profundo lastro de seriedade e têm raízes profundas, ligadas a valores que resistem ao tempo. Por isso, vão resistindo, também elas, a ideias estranhas à nossa realidade e à nossa cultura que, nos últimos anos, se têm introduzido nas leis, tentando também manipular a opinião pública, de modo sistemático, na clara intenção de impor à sociedade modelos espúrios de família. A família alargada tradicional deu lugar à família nuclear mais reduzida, muitas vezes transplantada dos meios rurais para os meios operários e urbanos, a bater-se inicialmente com as dificuldades do espaço das casas, da relação com estranhos, da novidade dos trabalhos em que tem de se ocupar, do frágil acompanhamento dos filhos, agora dispersos por escolas com muita gente e com amigos desconhecidos. Uma luta de muitas famílias na vivência e na sobrevivência diária de valores que moldaram a vida dos seus membros. Uma luta frequentemente fortalecida pelo regresso cíclico à aldeia, aos pais, aos avós, aos vizinhos, à festa da terra, à igreja onde se aprendeu a catequese, onde se casaram os pais e se baptizaram pais e filhos. Tudo isto referências necessárias para enfrentar novos desafios sociais e culturais. Os que ficaram, agora mais sós, também eles, em muitos casos, foram invadidos pelo urbanismo, que deixou de ser privilégio das cidades para se tornar um novo modelo de relação diária com as pessoas e com as coisas. Muita gente das cidades grandes não viveu este desafio do mesmo modo. Habituou-se, por isso, a considerar os rurais como ignorantes e atrasados, e as suas tradições como um travão do progresso. Esta mudança rápida, em muitos casos imposta, não deu para muitas famílias aprenderem a ser críticas perante o que iam encontrando e ouvindo. Os filhos passaram a ser filhos de outro tempo e sujeitos a outras influências, mas muitas famílias, apesar de tudo, não perderam sempre, nem todas, o rumo das suas vidas. A Igreja não perdeu a batalha, como alguns dizem, ao defender a família e os seus valores, nem estão com a Igreja apenas as famílias de gente idosa, nostálgica de tempos que passaram. Para a Igreja, a família, tal como ela a entende à luz do acto criador de Deus, não é, na sua natureza, uma instituição discutível, nem é propriedade dos Estados ou dos poderes políticos. As expressões culturais não mudam a natureza da família e as ideologias não a podem mudar. O argumento da modernidade é frágil, porque a modernidade está pejada de fragilidade e mesmo as suas aquisições válidas estão a desvirtuar-se cada dia. A Igreja está presente ao presente e ao futuro da família. O seu poder convocador em favor da família foi testado no Congresso e na Peregrinação. Continua na acção pastoral de cada diocese e de cada movimento. Sem receios, nem cansaços. A causa assim exige. * Bispo de Aveiro (26 Out / 11:53)

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